Se a poesia é fruto de uma atitude solitária que se constitui a partir de matéria-prima privada ou íntima, como já colocaram diversos autores, também é verdade que ela só encontra sua razão de existir na divisão.
Só no seu reflexo, na sua multiplicidade de interpretação e na sua mutação através do leitor, a poesia se completa.
Nesta direção entendi que deveria nortear minha poesia.
Mas onde se perde o homem onde se aflige e se regala, também se desdobra a poesia, que não pode ser propriedade de nenhum setor do sentimento humano e nem pode ficar a parte de nenhuma de suas manifestações.
Dessa forma, se a condição humana exige da poesia uma postura condizente com seus anseios, ela traz ao homem a consciência através da comoção.
O poema, independentemente do estilo, seja ele de amor, cômico, épico ou visual, quer atingir o homem, despertar-lhe, por conseguinte, a sensibilidade e influenciar sua visão de mundo.
O homem precisa da poesia.
A poesia precisa do homem.
© 2010 José Terra
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